A escola de que precisamos
urgentemente, é uma escola em que realmente se estude e se trabalhe. Quando criticamos,
ao lado de outros educadores, o intelectualismo de nossa escola, não
pretendemos defender posição para a escola em que se diluíssem disciplinas de
estudo e uma disciplina de estudar. Talvez nunca tenhamos tido em nossa
história necessidade tão grande de ensinar, de estudar, de aprender mais do que
hoje. De aprender a ler, a escrever, a contar. De estudar história, geografia.
De compreender a situação ou as situações do país. O intelectualismo combatido
é precisamente esse palavreado oco, vazio, sonoro, sem relação com a realidade
circundante, em que nascemos, crescemos e de que ainda hoje, em grande parte,
nos nutrimos. Temos de nos resguardar deste tipo de intelectualismo como também
de uma oposição chamada anti-tradicionalista que reduz o trabalho escolar a
meras experiências disso ou daquilo, e a que falta o exercício duro, pesado, do
estudo sério, honesto, de que resulta uma disciplina intelectual.
(FREIRE, Paulo.
Pedagogia da Esperança: Um Reencontro com a Pedagogia do Oprimido. 4. ed. Rio
de Janeiro: Pais e Terra, 1997. p.114)
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