quarta-feira, 18 de março de 2015

Sobre Identidade e Diferenças nas Escolas.

A inclusão rompe com os paradigmas que sustentam o conservadorismo das escolas, contestando os sistemas educacionais em seus fundamentos, questionando a fixação de modelos ideais e a normalização de perfis específicos de alunos, a seleção dos eleitos para freqüentar as escolas e com isso produzir identidades e diferenças, inserção e/ou exclusão.
O poder institucional que preside a produção da identidade e diferenças define como normais e especiais não apenas os seus alunos, como também suas escolas. Os alunos das escolas comuns são normais e positivamente valorados e os alunos das escolas especiais, são os negativamente concebidos e diferenciados.
Quem reparte fica com a melhor parte e os que têm o poder de dividir são os que classificam, formam conjuntos , escolhem os atributos que definem os alunos e demarcam / decidem quem fica e quem sai dos mesmos, ou melhor, quem é incluído ou excluído dos agrupamentos escolares.
Os sistemas educacionais constituídos a partir da oposição - alunos comuns e especiais se sentem abalados com a proposta inclusiva de educação, pois não só criaram espaços educacionais distintos para seus alunos, a partir de uma identidade específica, como também esses espaços estão organizados pedagogicamente para manter essa separação, definindo as atribuições de seus professores, currículos, programas, avaliações, promoções dos que fazem parte de cada um desses espaços.
Ambientes escolares inclusivos são fundamentados em uma concepção de identidade e diferenças, em que as relações entre ambas não se ordenam em torno de oposições binárias (normal/especial, branco/negro, masculino/feminino, pobre/rico). Neles não se elege uma identidade como norma privilegiada em relação às demais. A identidade normal é tida sempre como natural, generalizada e positiva em relação às demais e sua definição provém do processo pelo qual o poder se manifesta na escola, elegendo uma identidade específica pela qual as outras são avaliadas e hierarquizadas.
O poder que define a identidade normal, detido por professores e gestores próximos ou mais distantes das escolas, perde a sua força diante dos princípios educacionais inclusivos, nos quais a identidade não é entendida como natural, estável, permanente, acabada, homogênea, generalizada.
Na perspectiva da inclusão escolar, as identidades são transitórias, instáveis, inacabadas e, portanto, os alunos não são categorizáveis, não podem ser reunidos e fixados em categorias, grupos, conjuntos, que se definem por certas características arbitrariamente escolhidas.
Atribuir a certos alunos identidades que os mantém nos grupos de excluídos: dos alunos especiais, com necessidades educacionais especiais, portadores de deficiências, com problemas de aprendizagem e outros tais é tudo o que a inclusão não admite. E é incabível fixar em outros uma identidade normal, que não só justifica a exclusão dos demais, como igualmente determina alguns privilegiados.
Por esses motivos é que entendemos a escola inclusiva como escola das diferenças, que a defendemos como uma escola democrática e de todos e que estamos com aqueles que reconhecem o seu papel na constituição de uma sociedade em que o sistema educacional não ensina a exclusão de alguns com o pretexto de se diferenciarem identidades fixadas em categorias, como a dos alunos especiais, e outros que entendem as diferenças como coletivas e com base igualitária.
Aos pais de crianças com e sem deficiência essas considerações me parecem importantes, neste momento em que se defendem movimentos em favor da manutenção de escolas especiais, sem entender o que está nas raízes das escolas comuns e para todos.
Aos professores, penso que essas idéias, tão rapidamente organizadas, possam ser um bom motivo para que se juntem a todos os que lutam em favor de uma formação de nossos alunos pautada nos princípios inclusivos, como prescreve a Constituição Brasileira e os mais recentes e avançados documentos sobre os direitos humanos, entre os quais a
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU.

Maria Teresa Églér Mantoan. Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas.

sábado, 6 de dezembro de 2014

CULMINÂNCIA DOS PROJETOS " VALORIZAÇÃO DA CULTURA AFRO, PAZ NA ESCOLA E SEMANA DE EDUCAÇÃO PARA A VIDA"

Realizou-se hoje, 06 de dezembro a culminância dos projetos trabalhados no decorrer do segundo semestre de 2014 em nossa escola, com os temas: VALORIZAÇÃO DA CULTURA AFRO, PAZ NA ESCOLA E SEMANA DE EDUCAÇÃO PARA A VIDA, alunos e professores puderam de modo bem criativo realizar a culminância das atividades desenvolvidas. A importância da discussão desses temas justificam o envolvimento de todos os alunos e comunidade escolar.  Apostamos em uma escola que acolha e seja aberta para a diferença entre as pessoas, deixando de lado toda e qualquer forma de preconceitos, de tal modo a investir também na construção da cultura da paz e por fim educar de modo eficaz e dinâmico para a vida. Esse é o perfil de escola que estamos ao longo dos anos lapidando.  A interdisciplinariedade fomentada pelas aulas de Ensino religioso, foi  de fundamental importância, uma vez que. por se tratar da cultura religiosa, os temas já abordados já em sala, foram apenas reforçados com a intervenção dos outros componentes curriculares. O nosso dia foi repleto de atrações artísticas; concurso de desenho e da beleza afro, salas temáticas (Proeti, Valorizando a vida, Presépio, prevenção das drogas, mostra de ensino religioso, filosofia e sociologia). E para encerrar o MC ( RENATO N22) abrilhantou com seu talento. 


                                                        (Jhonatan dos Santos Ferreira ) 

                                                                                                             
     

domingo, 16 de novembro de 2014

PROJETO DE ENSINO RELIGIOSO É APRESENTADO NO 3º SEMINÁRIO DE PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

A Escola Estadual da Fazenda da Betânia foi representada pelo professor de religião ( Jhonatan dos Santos  e pela Diretora Mirviane ) no III seminário de prevenção da violência nas escolas e promoção de uma cultura de paz: buscando caminhos promovido pela Magistra, que realizou-se do dia 10 a 14 de novembro no Hotel Resort Tauá ( Roças Novas). O seminário contou com a participação de mais de 700 educadores de todas as SRE,S de Minas Gerais. Com o tema: TEMPLOS E ESPAÇOS SAGRADOS E A CULTURA DE PAZ ENTRE AS RELIGIÕES o professor Jhonatan bem representou os trabalhos desenvolvidos nas aulas de ensino religioso na modalidade de Pôster. Foi uma oportunidade de troca de  experiências e relatos de boas práticas educacionais.
 





quarta-feira, 5 de novembro de 2014

VÍDEO EXEMPLO

http://youtu.be/HtJjStqEn-U

PROJETO DE LEITURA VALORIZAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS


https://www.flickr.com/photos/128155746@N02/sets/72157648953214021/

A ESCOLA QUE QUEREMOS

A escola de que precisamos urgentemente, é uma escola em que realmente se estude e se trabalhe. Quando criticamos, ao lado de outros educadores, o intelectualismo de nossa escola, não pretendemos defender posição para a escola em que se diluíssem disciplinas de estudo e uma disciplina de estudar. Talvez nunca tenhamos tido em nossa história necessidade tão grande de ensinar, de estudar, de aprender mais do que hoje. De aprender a ler, a escrever, a contar. De estudar história, geografia. De compreender a situação ou as situações do país. O intelectualismo combatido é precisamente esse palavreado oco, vazio, sonoro, sem relação com a realidade circundante, em que nascemos, crescemos e de que ainda hoje, em grande parte, nos nutrimos. Temos de nos resguardar deste tipo de intelectualismo como também de uma oposição chamada anti-tradicionalista que reduz o trabalho escolar a meras experiências disso ou daquilo, e a que falta o exercício duro, pesado, do estudo sério, honesto, de que resulta uma disciplina intelectual.

(FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: Um Reencontro com a Pedagogia do Oprimido. 4. ed. Rio de Janeiro: Pais e Terra, 1997. p.114)

terça-feira, 14 de outubro de 2014

“PRAZER: SOU A CIÊNCIA"

                       NOSSA ESCOLA REALIZA A 1ª FEIRA DE CIÊNCIAS

Realizou no dia 20 de setembro de 2014, das 7 às 11:20 a primeira feira de ciências consolidada pela participação dos alunos do ensino médio e alunos do nono ano do ensino fundamental. O trabalho foi articulado pelo professor de Química/física Isac da Cunha que justifica a motivação da realização desse evento: "Lembro-me do filme de Charles Chaplin “Tempos Modernos” de 1936, onde há muitos anos atrás já mostrava como a tecnologia viria para mudar a vida do homem em todas as suas áreas e que uma adaptação seria necessária do individuo seria necessária para acompanhar o ritmo das transformações que a ciência proporciona.
Estamos no ano de 2014, muita, muita coisa mudou dos “Tempos Modernos” até o dia de hoje. A ciência evoluiu, descobertas positivas e infelizmente descobertas negativas, mas foram descobertas e como todas as descobertas foi preciso que alguém demonstrasse interesse, curiosidades para descobrir algo diferente, inovador partindo das coisas que já existiam.
Hoje , 20 de setembro de 2014 na Escola Estadual Da Fazenda, aconteceu a 1ª Feira de Ciência, cujo tema foi “Prazer: Sou a Ciência”.
Despertar o lado investigativo, “curioso”, que acredito ter sido alcançado. Durante os dias que antecederam a apresentação, os questionamentos, as dúvidas foram aparecendo e na medida do possível respondidas. Projetos foram sendo testados, uma, duas, três ou mais vezes, alguns deixados de lados, trocados por outros, alunos mostrando a capacidade de trabalharem em equipe, liderando seus grupos, estes foram uns dos bons resultados conquistados nesta feira.
Claro que alguns projetos se destacaram no dia da apresentação, como os projetos vencedores: 1º Lugar (A ciência e Segurança do trabalho – 3001), 2º Lugar ( Labirinto Elétrico – 1002) e 3º Lugar ( Som e Luz – 3001). Além destes, outros chamaram a atenção, no vou destaca-los por causa do espaço e para evitar certos problemas, mas eles estão bem nítidos a minha memoria.
Espero ter sido essa feira a primeira de muitas já que o resultado foi satisfatório.
Com certeza o dia 20 de setembro de 2014 ficará marcado na vida de todos que participaram; na minha vida como professor e na vida desta escola que aprendi, sem exagero a amar."
                                   Professor Isac da Cunha